Na Rota da Civilização Maia [México]: VIAGEM AO MÉXICO - PENÍNSULA DO IUCATÃO
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22 abril, 2012

VIAGEM AO MÉXICO - PENÍNSULA DO IUCATÃO


[Viagem de Ida e Volta]


Partida do Porto, em Portugal...


[Aeroporto Francisco Carneiro - Porto]


Pelas 8:45H, como marca o relógio na fotografia, tinha o check-in despachado e ainda sobrou tempo para fotografar o momento, tomar um café e comprar o jornal - a hora de embarque estava prevista para as 9:00H.

Com o sol expresso na alma, estava então preparada para atravessar todo o oceano Atlântico até ao mar transparente e límpido das Caraíbas (nada mais do que 7.524,92 km). A partir daí, teria de saber perder-me em terra...

Numa tentativa de tradução para a escrita hieroglífica maia, apresentaria os seguintes glifos, cujo significado vai muito além de desenhos despojados de sentido:








     












Sobre a viagem de ida não há muito para descrever, pois as fotografias exibem-se como palavras. A ter que escrever, diria que o avião adejava como um quetzal serpenteando em liberdade... Esse avião era eu.



[Quetzal - Ave da América Central, que morre quando privada de liberdade]



O quetzal, com a sua plumagem superior irizada, que varia entre o doirado, azul e o verde-esmeralda, conforme a incidência de luz, e de barriga cor vermelho-vivo, é considerado o pássaro mais belo do continente americano, simbolizando, para o povo maia, riqueza e nobreza, e, por isso, as suas penas eram um bem precioso comercializado, tal como o jade e o ouro.



[...]

Quando era adolescente e me perguntavam qual a minha viagem de eleição, sempre respondia Cuba. Queria ir até lá, fumar um charuto cubano e sentir o ritmo desse povo.
Hoje, ainda que não fume, aceitaria de bom grado o charuto e a viagem.
Esta viagem ao México (península do Iucatão) não fez paragem em Cuba, mas permitiu-me sobrevoar um sonho antigo e, por isso, a felicidade bateu à porta duas vezes: - "Toc toc!" (como poderia não deixar entrar tão ilustre visita?).

[...]



Depois de cerca de nove horas em voo, chego finalmente ao aeroporto de Cancún, no México. Para meu grande contentamento, em Cancún, eram apenas 13:30H (menos seis horas do que em Portugal Continental). Bendito fuso horário! Por isso, muito haveria para viver nesse mesmo dia. :-)

Apesar de ficar sujeita a algumas burocracias no aeroporto de Cancún, desde perder o direito à fruta que trouxera de casa, ter que preencher papelada, enfrentar uma fila de espera e o longo percurso de carro até ao hotel, ainda tive tempo para beber um "mojito" tranquilamente e repousar os olhos no mar. Nesses olhos, estava refletido o paraíso.


[O Mar Visto do Hotel, em Akumal - Riviera Maya]


E depois, lentamente, o Senhor do Dia (Kinich Ahau, Senhor com Cara de Sol), já cansado, abriu seus gigantescos braços, para receber a bela jovem Rainha da Noite (Deusa da Lua), transformando-se o sol, por fim, num jaguar sobrenatural a pairar sobre as ondas do mar.

[O Mar Visto do Hotel, em Akumal - Riviera Maya]



E uma imensa leveza, uma doce sensação, entrou em mim, ficou em mim presa, imperava a paz na natureza e reinava no meu coração (aqui numa tentativa de aproximação a Augusto Gil, com a sua "Balada de Neve", mas num estado de alma antagónico - não havia tempo para melancolia).

Numa dessas noites, deixei-me adormecer junto ao mar...



[Receção do Pavão no Hotel]



Durante o dia, os animais deambulavam pelo hotel com a morosidade própria dos hóspedes.

O coaxar sinfónico das rãs em sintonia noturna era canção de embalar - o meu quarto de hotel estava localizado nas proximidades dum bonito pântano.




Certa noite, algo de bizarro aconteceu. Tinha começado a chover e, por todo o lado, surgiam pequeníssimas rãs negras que, depois da queda, estagnavam como estátuas, para receberem o tão desejado banho tropical. Perante isto, fiquei inerte junto à piscina do hotel com receio de ferir tão frágil ser, que não parecia incomodar-se minimamente com a minha presença.





Para a viagem, fui munida com pesos mexicanos, mas como em Portugal existe alguma dificuldade em encontrar esta moeda, levei também "dollars", como segunda opção. Caso necessitasse de dinheiro extra, como terceira opção, utilizaria o euro, mas evitei usá-lo, pela elevada taxa de câmbio praticada por alguns mexicanos ou mesmo por não ser  aceite em determinados locais. 

No entanto, algumas lojas simplificam muito a forma de pagamento, permitindo ao cliente pagar com qualquer uma das três moedas (peso mexicano, dólar ou euro) sem custo acrescido. Isto é possível em locais, como aeroporto de Cancún, Playa del Carmen, Valladolid, entre outros.



Em questões monetárias, um peso mexicano é tudo o que ainda me resta desta deliciosa viagem de ida e volta. ;-)


[México - "Bienvenido a bordo de este viaje!"]




Fontes Escritas de Apoio:
"Escrita Maia – Retrato de uma Civilização Através dos seus Sinais" da autora Maria Longhena, 2012.
“Os Maias - A Vida, O Mito e a Arte" – Colecção Culturas e Civilizações, por Timothy Laughton, Circulo de Leitores, 2006.
"Maias - As Cidades da Floresta" - Coleção As Grandes Civilizações, por Selecções do Reader`s Digest, 2005.