Na Rota da Civilização Maia [México]: abril 2012
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30 abril, 2012

CALENDÁRIOS MAIA



[Calendário Solar Maia - Haab]

No centro deste calendário maia, está representada a figura do "carregador do tempo", que caminha para oeste.
A leitura dos meses é feita da direita para a esquerda (sentido dos ponteiros do relógio).

Tendo reunido pedras, restos de coral morto, uma amostra de areia, cocos  e adquirido alguns presentes, ainda arranjei espaço na mala para trazer um calendário maia feito pelos artesãos mexicanos da atualidade (não consegui resistir à compra). Mas só em casa me apercebi que foi concebido ao contrário (não é incomum acontecer - já em tempos me ocorreu uma situação idêntica, com a reprodução de uma fotografia).





Supondo que o calendário que comprei é uma bússola, o homem que carrega o tempo apresenta-se direcionado para este (mais um que se desorientou no tempo). Este facto não parece fazer sentido, pois o carregador do tempo, supostamente, deveria caminhar no sentido oposto ao nascimento do sol, para oeste. Ainda mais se soubermos que o carregador do tempo, no fim de cada dia, entregava o seu fardo ao carregador seguinte, e que os maias conheciam os pontos cardeais: norte, sul, este, oeste e centro.
 



[Imitação do Calendário Solar Maia Adquirida em Chichén Itzá]

 
Os maias, além de conhecerem o calendário lunar (Tun-Uc), composto por um ciclo de 29 dias, desenvolveram outros calendários, como o calendário solar e o calendário religioso, que foram difundidos pela classe sacerdotal da época, passando, desta forma, a ser usados em todas as suas cidades.



[Calendário Solar Maia - Haab]
[Meses Ordenados do Calendário Haab]
 


O calendário solar maia Haab (calendário civil), que regia a agricultura e a meteorologia, era composto por 19 glifos, que representavam 365 dias e seis horas.
Desta forma, um ano solar maia tinha 18 meses de 20 dias, totalizando 360 dias. O décimo nono mês representava um curto mês suplementar de 5 dias em sobra (aziago mês de Uayeb), considerados dias de azar, que ocorriam no fim de cada ano. Estes 5 dias nefastos não eram bons para empreender o que quer que fosse.
Além disso, um dia tinha 16 horas, uma semana tinha cinco dias e um mês tinha quatro semanas. 

 
[Calendário Religioso Maia - Tzol`kin]
[Meses Ordenados do Calendário Tzol`kin]
 
 
O calendário religioso maia Tzol`kin - sucessão de dias (calendário ritual), que regia a vida das pessoas, fornecendo-lhes preceitos e presságios, era composto pela combinação de 13 números e 20 glifos.
Um ano religioso maia era formado por 260 dias divididos em 20 meses de 13 dias.


 

[Sincronização/Cruzamento dos Calendários Tzol`kin e Haab]

 
A cada 52 anos, ambos os calendários (Tzol`kin e Haab) coincidiam, dando, desta forma, início a um novo ciclo.
A transição de um ciclo de 52 anos para outro era temida pelos maias, por recearem que pudesse suceder algo de extraordinário.
 
 
Além dos calendários referidos, os maias desenvolveram também um Calendário de Cotagem Longa, com a duração de 5126 anos, tendo início no dia 11 ou 13 de agosto de 3114 a. C. e com término previsto para o dia 21 de dezembro de 2012 d. C., dando início, após esta data, a uma nova era.
Tal como acontecia com a transição de um ciclo de 52 anos para outro, também esta transição é temida pelos maias, por recearem que possam suceder mudanças consideráveis na Terra.
 
 

Fontes Escritas de Apoio:
"Civilizações Antigas 2: Grécia, Roma e América Pré-Colombiana" por Enciclopédia do Conhecimento, 2008.
"América Pré-colombiana - Awithlaknannai" por vários autores, 2008.
"Os Maias - A Vida, O Mito e a Arte" - Coleção Culturas e Civilizações, por Timothy Laughton, Circulo de Leitores, 2006.
"Grande Dicionário Universal Ilustrado" por vários autores, Nova Variante, 2002.

26 abril, 2012

CHICHÉN ITZÁ




[Boas-vindas da Iguana em Chichén Itzá]











 
A grande e imponente cidade de Chichén Itzá foi uma das últimas cidades do mundo maia, assumindo o papel de cidade dominante, entre os anos de 1000 e 1200 d.C..
O seu rápido desenvolvimento teve origem na chegada dos povos toltecas vindos do norte - Império dos Maias-Toltecas, recebendo também influência arquitetónica dos Itzá (grupo de maias originários de Tabasco).
Chichén Itzá decai em 1200 d.C., sendo conquistada pela cidade vizinha Mayapán, que exerce a sua hegemonia até ao ano de 1250 d.C. - data do declínio definitivo do Império Maia.



A cidade pré-hispânica de Chichén Itzá é hoje considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, com os atributos: adoração e conhecimento.



 
[Mapa da cidade de Chichén Itzá]
[Imagem recolhida na Internet]


 
Apesar da grandiosidade, beleza e do seu nível cultural extremamente elevado, tratava-se de uma sociedade guerreira, com rituais bastante cruéis.

 
 
[El Castillo/ Templo de Kukulkán]


 
A pirâmide de Kukulkán foi construída no ano de 800 d.C., com 24 metros de altura. A sua estrutura em pedra apresenta quatro lados, com quatro escadarias. Cada uma dessas escadas tem 91 degraus, acrescendo-se ainda o templo do topo, que perfaz 365 unidades. Este número representava os dias do Haab, um dos três calendários que os maias consideravam necessários saber, para se prosperar e florescer na terra.


Para além dos dias, o templo representa os 18 meses do ano solar maia. Cada pirâmide apresenta nove patamares de cada lado da escadaria.



Este majestoso edifício é também um calendário solar. Durante os dias do equinócio solar da primavera e do outono (20 de março e 22 de setembro), o contraste de luz e sombra transforma toda a escadaria do templo no corpo de uma serpente, cuja cabeça está representada em pedra, na base da escada.
Segundo consta, os maias acreditavam ser o espírito de Kukulkán, que fertilizaria o solo para mais um ciclo da agricultura.



 


Quando se bate palmas de frente para a escadaria de kukulcán - serpente emplumada (serpente com penas de quetzal), o eco ressoa o som do pássaro quetzal, que significava a força criadora.

Este momento doce transforma-se num encontro mágico com uma ave, que não se vê, mas que tão bem se reconhece pela sonoridade. E depois pensar na palavra fascínio.


 
[Templo dos Guerreiros e Praça das Mil Colunas]









[Tzompantli/ Muro de Caveiras]

No Tzompantli (muro de caveiras sorridentes), eram pendurados e expostos à vista os crânios dos inimigos assassinados ou das pessoas sacrificadas. Na altura, sobre esta plataforma de pedra deveria assentar um estrado de madeira.





[Chac Mool]


Havia ainda o Chac Mool (altar antropomorfo em pedra com a taça sacrificial) sobre o qual eram colocados os corações ainda palpitantes das vitimas sacrificadas, como oferenda para os deuses. É possível encontrar um dos Chac Mool existentes em Chichén Itzá à entrada do Templo dos Guerreiros.



[El Caracol/ Caracol]


Sobre o Caracol (nome atribuído por dispor de escadaria interior em caracol/espiral), defende-se duas teorias:

Alguns estudiosos consideram-no como um templo dedicado ao culto a Kukulkán. 
Outros consideram-no um grande observatório astronómico.

Esta segunda teoria parece ser a mais correta, pois os maias tinham um altíssimo nível de conhecimentos astronómicos. Além disso, os três corredores que conduzem ao Caracol encontram-se alinhados com os pontos onde Vénus aparece como Estrela da Tarde durante os 584 dias do planeta, incluindo os locais mais setentrionais e mais meridionais onde ele se põe.



[Juego de Pelota/ Campo do Jogo da Bola]


O juego de pelota (jogo da bola) exigia uma grande preparação física por parte dos jogadores e equipamento de proteção adequado, porque era jogado com o corpo, nomeadamente com as ancas, cotovelos e joelhos (os pés e as mãos não podiam tocar na bola).
 
Como se pode observar na fotografia, existem duas argolas em pedra penduradas nas partes laterais do campo por onde teria de passar uma bola pesada de borracha (sim, já havia borracha) do tamanho de uma cabeça humana (certamente, uma difícil tarefa para os jogadores).
Segundo informações da população local, no final do jogo, os jogadores que perdiam ou que ganhavam (não há certeza sobre isso) eram sacrificados aos deuses (nessa época, o sacrifício humano era culturalmente aceite pelo povo). O sacrifício realizado após o desfecho do jogo consistia na decapitação e exposição dos crânios dos jogadores no Tzompantli (muro de caveiras).
O campo do jogo da bola, em Chichén Itzá, é, até à data,  o maior recinto desportivo maia encontrado na mesoamérica.


[Templode Jaguar]



[Estátua Jaguar]



 [Iglesia e Las Mojas/ Igreja e Convento de Freiras]
[Estilo arquitetónico "Chenes", construído entre 600 a 900 d.C.]


 
Incrédulo/a? Eu explico.
No tempo dos maias não havia freiras ;-). Este nome foi atribuído pelos espanhóis, devido à semelhança das pequenas divisões interiores do edifício com um convento de freiras.



[Vista aérea do Cenote Sagrado ou Sacro Cenote]
[Imagem recolhida na Internet]



Ainda que não tenha recolhido imagens fotográficas "in loco" de todos os locais da esplendorosa cidade de Chichén Itzá, não poderia deixar de mostrar o Cenote Sagrado ou Sacro Cenote e seu cerimonial caminho (este cenote foi local de peregrinação, mesmo depois da queda de Chichén Itzá).
O Cenote Sagrado trata-se de um amplo poço natural, com cerca de 20 metros de profundidade, que, além de fornecer água ao povo, era o local onde eram atirados os jovens (indiferentemente, rapazes e raparigas) e adultos (principalmente, do sexo masculino), para as divindades se tornarem propícias. Além dos sacrifícios humanos, este cenote era ofertado com valiosas prendas de jade, ouro, cobre, liga de zinco, obsidiana, quartzo, casca, madeira, borracha, copal, cerâmica e têxteis, revestidos em forma de objetos, como colares, máscaras, pendentes, entre outros.



[Grupo de Viagem]


Por estas paragens, havia adultos e algumas crianças a vender objetos tradicionais aos turistas. Já o preço era negociável (ao que parece, esta prática era frequente entre os vendedores de rua, e, apercebendo-me disso, negociei bastante com os afáveis vendedores). A origem e simpatia dos compradores também tem alguma influência na negociação (os mexicanos gostam dos portugueses). ;-)

Ainda penso no lenço que não comprei às meninas, mas já tinha comprado o tunkul maya aos meninos...
Não sei até que ponto será legal comprar a crianças que ajudam os pais no trabalho (os pais vendiam em locais fixos, nas imediações). Se pensasse muito sobre isso, comprar ou não comprar seria um eterno dilema (por um lado, comprar fomenta a continuidade desta prática; por outro, não comprar contribuí para a fome destas crianças), mas, certamente, é revelador de pobreza.


 
[Instrumentos Musicais "Tunkul Maya" e Maracas Mexicanas]

E depois foi só tocar ao ritmo do ambiente "tunkul, tunkul, tunkul", apelando aos deuses.

Seguindo a expressão "em Roma sê romana", no México, só queria ser indígena mexicana.


["Abrir os Poços de Itzá"]

Chichén Itzá, que significa "Abrir os Poços de Itzá", alude aos dois poços naturais que esta cidade maia possuí (Cenote Sagrado e Cenote Xtoloc).





Vídeos de Apoio:


Fontes Escritas de Apoio:
"Escrita Maia – Retrato de uma Civilização Através dos seus Sinais" da autora Maria Longhena, 2012.
“Os Maias - A Vida, O Mito e a Arte" – Colecção Culturas e Civilizações, por Timothy Laughton, Circulo de Leitores, 2006.
"México: Guia American Express" da autoria de Nick Caistor.

Fotografias:
Algumas das fotografias apresentadas foram gentilmente cedidas pelo grupo de viagem; outras são da minha autoria.


24 abril, 2012

LOCAIS ARQUEOLÓGICOS DA CIVILIZAÇÃO MAIA




[Locais Arqueológicos Maia]


Os restos arqueológicos da civilização maia encontram-se espalhados por cinco países da América Central: México (maior concentração na Península do Iucatão), Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador.
Num dos livros que li sobre a matéria, datado de 2008, acrescentava ainda a Nicarágua. Mas como não encontrei outro documento com a mesma menção, talvez se trate de um engano ou de uma recente descoberta neste país, porque, na floresta, há ainda muitos mistérios por desvendar.

Os maias terão existido entre os períodos de 2000 a.C. a 1250 d.C. (queda de Mayapán -  última capital do Iucatão). A partir de então, do Império Maia restaram somente pequenos reinos.

A explicação para o desaparecimento súbito do Império Maia ainda hoje é um mistério, apontando-se três principais razões: a seca, a degradação do solo e a guerra (esta última hipótese é a mais defendida pelos investigadores).


 
[Fonte: "Escrita Maia" da autora Maria Longhena]




[Fonte: "Atlas Verbo de História Universal" de vários autores]

Quando os espanhóis chegaram ao México, em 1519, os astecas controlavam a maior parte do país e já tinham entrado no território maia do Iucatão.

O México, nomeadamente o povo asteca, foi subjugado pelos espanhóis, entre 1519-1521. No entanto, a conquista do Iucatão só ocorre entre 1539-1546. A partir daí, a Espanha fica a governar o México até 1821 (ano da independência do México).


 


A península do Iucatão é uma zona quente (temperatura média anual entre 25ºC e 30ºC), baixa, plana, permeável, maioritariamente constituída por florestas e arbustos/matagal, com uma biodiversidade enorme.
A cor predominante é o verde intenso. Tratando-se de uma região tropical, parece incongruente, mas este facto deve-se à existência de pântanos, cenotes (poços naturais), rios subterrâneos, lagos e chuvas intensas de curta duração, ainda que registe fraca pluviosidade.
A estação das chuvas ocorre de maio a dezembro, sendo agosto, setembro e outubro meses de tempestade, com probabilidade de ocorrência de ciclones e furacões tropicais, com ventos que podem atingir 180 quilómetros hora. Como fiz a viagem em agosto, testemunhei algumas chuvas repentinas e uma efémera tempestade tropical, com vento forte. Choveu quando estive em Chichén Itzá, em Cobá e no hotel.




[Aproximação do furacão Ernesto -
Imagem de satélite de 7 Agosto 2012, recolhida em http://www.ssd.noaa.gov/]


Em Cobá, senti a chuva resvalar pelo corpo, como quem toma um duche de água fria, que tanta falta me fazia, quando o calor entorpecia as passadas no caminho. :-)


 


Nesta zona, há muitos animais exóticos, como a iguana, tão dócil e calma, a circular por onde quer que seja, porque ninguém lhes faz mal. Por aqui, os animais são seres livres, interagindo com os humanos de forma natural, sem medo.
Mesmo em parques, como em Xel-há ou Xcaret, podemos observar os animais deambulando no seu habitat natural.
A caminho de Chichén Itzá, numa das paragens que fizemos, vi uma cobra-coral jovem, colorida e lindíssima, mas venenosa – estávamos perto da selva e a máquina fotográfica tinha ficado na carrinha. Os mexicanos, com a ajuda de um galho, agarram-na pela cabeça, como eles tão bem sabem, para mostrá-la aos curiosos, como eu. Depois, gentilmente devolveram-na à floresta.



[Cobra-Coral - Imagem adquirida na Internet] 





Vídeo de Apoio:
http://www.youtube.com/watch?v=kK-5SRfQYeA&feature=fvsr


Fontes de Interesse:


22 abril, 2012

VIAGEM AO MÉXICO - PENÍNSULA DO IUCATÃO


[Viagem de Ida e Volta]


Partida do Porto, em Portugal...


[Aeroporto Francisco Carneiro - Porto]


Pelas 8:45H, como marca o relógio na fotografia, tinha o check-in despachado e ainda sobrou tempo para fotografar o momento, tomar um café e comprar o jornal - a hora de embarque estava prevista para as 9:00H.

Com o sol expresso na alma, estava então preparada para atravessar todo o oceano Atlântico até ao mar transparente e límpido das Caraíbas (nada mais do que 7.524,92 km). A partir daí, teria de saber perder-me em terra...

Numa tentativa de tradução para a escrita hieroglífica maia, apresentaria os seguintes glifos, cujo significado vai muito além de desenhos despojados de sentido:








     












Sobre a viagem de ida não há muito para descrever, pois as fotografias exibem-se como palavras. A ter que escrever, diria que o avião adejava como um quetzal serpenteando em liberdade... Esse avião era eu.



[Quetzal - Ave da América Central, que morre quando privada de liberdade]



O quetzal, com a sua plumagem superior irizada, que varia entre o doirado, azul e o verde-esmeralda, conforme a incidência de luz, e de barriga cor vermelho-vivo, é considerado o pássaro mais belo do continente americano, simbolizando, para o povo maia, riqueza e nobreza, e, por isso, as suas penas eram um bem precioso comercializado, tal como o jade e o ouro.



[...]

Quando era adolescente e me perguntavam qual a minha viagem de eleição, sempre respondia Cuba. Queria ir até lá, fumar um charuto cubano e sentir o ritmo desse povo.
Hoje, ainda que não fume, aceitaria de bom grado o charuto e a viagem.
Esta viagem ao México (península do Iucatão) não fez paragem em Cuba, mas permitiu-me sobrevoar um sonho antigo e, por isso, a felicidade bateu à porta duas vezes: - "Toc toc!" (como poderia não deixar entrar tão ilustre visita?).

[...]



Depois de cerca de nove horas em voo, chego finalmente ao aeroporto de Cancún, no México. Para meu grande contentamento, em Cancún, eram apenas 13:30H (menos seis horas do que em Portugal Continental). Bendito fuso horário! Por isso, muito haveria para viver nesse mesmo dia. :-)

Apesar de ficar sujeita a algumas burocracias no aeroporto de Cancún, desde perder o direito à fruta que trouxera de casa, ter que preencher papelada, enfrentar uma fila de espera e o longo percurso de carro até ao hotel, ainda tive tempo para beber um "mojito" tranquilamente e repousar os olhos no mar. Nesses olhos, estava refletido o paraíso.


[O Mar Visto do Hotel, em Akumal - Riviera Maya]


E depois, lentamente, o Senhor do Dia (Kinich Ahau, Senhor com Cara de Sol), já cansado, abriu seus gigantescos braços, para receber a bela jovem Rainha da Noite (Deusa da Lua), transformando-se o sol, por fim, num jaguar sobrenatural a pairar sobre as ondas do mar.

[O Mar Visto do Hotel, em Akumal - Riviera Maya]



E uma imensa leveza, uma doce sensação, entrou em mim, ficou em mim presa, imperava a paz na natureza e reinava no meu coração (aqui numa tentativa de aproximação a Augusto Gil, com a sua "Balada de Neve", mas num estado de alma antagónico - não havia tempo para melancolia).

Numa dessas noites, deixei-me adormecer junto ao mar...



[Receção do Pavão no Hotel]



Durante o dia, os animais deambulavam pelo hotel com a morosidade própria dos hóspedes.

O coaxar sinfónico das rãs em sintonia noturna era canção de embalar - o meu quarto de hotel estava localizado nas proximidades dum bonito pântano.




Certa noite, algo de bizarro aconteceu. Tinha começado a chover e, por todo o lado, surgiam pequeníssimas rãs negras que, depois da queda, estagnavam como estátuas, para receberem o tão desejado banho tropical. Perante isto, fiquei inerte junto à piscina do hotel com receio de ferir tão frágil ser, que não parecia incomodar-se minimamente com a minha presença.





Para a viagem, fui munida com pesos mexicanos, mas como em Portugal existe alguma dificuldade em encontrar esta moeda, levei também "dollars", como segunda opção. Caso necessitasse de dinheiro extra, como terceira opção, utilizaria o euro, mas evitei usá-lo, pela elevada taxa de câmbio praticada por alguns mexicanos ou mesmo por não ser  aceite em determinados locais. 

No entanto, algumas lojas simplificam muito a forma de pagamento, permitindo ao cliente pagar com qualquer uma das três moedas (peso mexicano, dólar ou euro) sem custo acrescido. Isto é possível em locais, como aeroporto de Cancún, Playa del Carmen, Valladolid, entre outros.



Em questões monetárias, um peso mexicano é tudo o que ainda me resta desta deliciosa viagem de ida e volta. ;-)


[México - "Bienvenido a bordo de este viaje!"]




Fontes Escritas de Apoio:
"Escrita Maia – Retrato de uma Civilização Através dos seus Sinais" da autora Maria Longhena, 2012.
“Os Maias - A Vida, O Mito e a Arte" – Colecção Culturas e Civilizações, por Timothy Laughton, Circulo de Leitores, 2006.
"Maias - As Cidades da Floresta" - Coleção As Grandes Civilizações, por Selecções do Reader`s Digest, 2005.